segunda-feira, dezembro 25, 2006

Natal 2006


Os meus Votos de Boas Festas para todos os leitores.
Que Pai Natal possa trazer...beh, quais os maiores desejos?
Saúde? Dinheiro? Felicidade? Paz?
Então que assim seja...

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O visionário


Recebi uma e-mail da qual trago um excerto que acho ser bastante interessante.

Os antecedentes: no post “Nas caves do CDS” do dia 11 de Julho passado critiquei as palavras de Sampaio Nunes por ter ele definido o nuclear como escolha certa e segura a 100%.

Eis a réplica do Sr. X (não publico o verdadeiro nome visto não ter recebido explícita autorização):

Caro Max,
É só fazer uma pequena pesquisa pela Google para ver que o Eng. Sampaio Nunes está bem informado, e também encontrarás detalhadas as razões da sua certeza para com a segurança nuclear. Tenho pena que uma pessoa visionária em Portugal seja alvo de comentários medíocres como estes.

Seguem-se algumas apreciações negativas acerca do presente blog.

Caro Sr. X, segui a sua sugestão e li a biografia de Sampaio Nunes. Admito não ter ficado muito impressionado (já vi coisas melhores em Portugal), mas agora seja permitido replicar, não com palavras minhas mas do Sr. Carlo Rubbia:

“Nesta altura abre-se o grave problema da eliminação dos resíduos radioactivos. […] Estas vergonhas da energia nuclear são escondidas em profundezas subterrâneas ou marinhas. Não temos a mínima ideia do que poderia acontecer com as substâncias radioactivas já sepultadas e das que irão sê-lo. Livramo-nos dum problema passando-o como herança para as gerações futuras, pois estes resíduos irão ser activos por milénios. A segurança absoluta não existe nem nesta última fase do ciclo nuclear. Os cemitérios radioactivos podem ser violados por terramotos, bombardeamentos, sabotagem.[…] Podemos encontrar traços de césio, plutónio e de outros radioisótopos na fauna e na flora dos mares mais utilizados como cemitérios nucleares.”

Convido o Sr. X a uma pesquisa no Google para ler a biografia do Sr. Rubbia. Notará sem dúvida algumas diferenças, entre as quais o facto de Rubbia nunca ter sido Vice-Presidente da Santa Casa da Misericórdia; nem Membro da Assembleia Geral do INATEL; mas pode ser que o facto de ter obtido um prémio Nobel da Física possa compensar, pelo menos parcialmente, as ditas faltas.

Sempre o Google pode ser aproveitado para a procura de opiniões de outros físicos conceituados que, lamento, não têm as mesmas certezas de Sampaio Nunes.

Sabemos que Sampaio Nunes é sócio do grupo de investidores liderado por o Sr. Patrick Monteiro de Barros que quer instalar uma central nuclear em Portugal; mas temos também a certeza que os interesses privados nunca poderiam influenciar as afirmações dum político de tal tamanho.

Fica assim a dúvida acerca das fontes científicas que permitem ao dependente Sampaio (pois é disto que estamos a falar: um “visionário” cujo ordenado é pago com os nossos impostos) fazer afirmações que contradizem o pensamento da comunidade científica.

Tenho pena, pois num meu anterior post (”Portugal nuclear” do dia 13 de Junho de 2006) já tinha defendido o nuclear como solução a médio prazo para Portugal (que importa o 85% da energia consumida); um mal necessário. Mas apoiar o nuclear não significa ter o direito de fazer afirmações falsas; mesmo sendo na posse dum discreto curriculum vitae; mesmo sendo vice-presidente dum partido político; mesmo sendo um visionário.

Pelo menos segundo o meu ponto de vista.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Algo se mexe...

Embora não consiga reconhecer-me em algum partido político Português, desde que aqui cheguei segui com interesse as “performances” dos vários governos, pois estou convencido que o simples facto de interessar-se sobre política é só por si um acto político. Tanto vale tentar perceber algo e, se possível, tomar algumas decisões.

O primeiro governo que encontrei uma vez chegado foi o de Durão Barroso, acerca do qual não consigo lembrar nada de significativo. O País já estava com a necessidade de profundas reformas mas o executivo liderado pelo actual presidente da U.E. pouco ou nada fez neste campo.

O segundo governo que vi em acção foi o de Santana Lopes. Se calhar o termo governo é excessivo, pois as recordações a ele ligadas são bastante penosas. Sem dúvida foi o ponto político mais baixo que tive a ocasião de ver em Portugal.

Agora é o turno dos socialistas. Pelo que li, os executivos liderados pelos socialistas no passado tiveram grandes (embora não exclusivas) responsabilidades para o actual “status”. Por isso fiquei bastante surpreendido ao ver um primeiro ministro que toma decisões impopulares, medidas drásticas e que tenta envolver lobbies como a dos bancos na tentativa de reforma.

São medidas definitivas? Soluções que irão relançar Portugal?
Acho que não, por duas razões.

Em primeiro lugar seria preciso um governo suicida para tomar todas as medidas de que o País precisa. E um governo assim, uma espécie de kamikaze, iria perder sem dúvidas as próximas eleições, pois a maior parte dos benefícios não podem tornar-se visíveis ao longo duma só legislatura.

Em segundo lugar ninguém tem a varinha mágica ou uma solução milagrosa. A situação do País é complexa e é preciso actuar com cautela.

Mas, mesmo assim, este executivo está a mexer em assuntos que até hoje eram um tabu.
Não é um caso que Cavaco Silva, basicamente um economista, compartilhe o rumo escolhido por Sócrates.

Agora é só esperar e ver qual meta final está verdadeiramente presente nas intenções do PS e qual o nível de esforço que entende utilizar para atingir os objectivos.
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